Sagrada Família em Barcelona

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O Templo Expiatório da Sagrada Família é a igreja menos convencional da Europa e o epítome da arquitetura modernista catalã. É o monumento mais importante de Barcelona e o exemplo mais perfeito da criatividade e da inovação de Gaudí.

A história

O design original da Sagrada Família era no estilo Neo-Gótico e foi criado pelo arquiteto Francisco de Paula del Villar. Em 1883, Gaudí tinha 31 anos e assumiu a liderança deste projeto (o antigo arquiteto saiu devido a certos desentendimentos). O objetivo de Gaudí era apenas continuar o projeto e começar a construir a cripta e o claustro. Contudo, uma doação anónima alterou-lhe os planos! Gaudí optou por abandonar o projeto neo-gótico e criar um novo de raiz com um aspeto mais inovador. Ele queria que este monumento fosse um templo a Deus mas também um ponto de referência de Barcelona.

O arquiteto dedicou-se à Sagrada Família por mais de 43 anos, mas apenas a partir de 1914 é que investiu todo o seu tempo a este templo (não existiram outros projetos importantes do arquiteto nos últimos 12 anos da sua vida). Infelizmente, Gaudí não teve oportunidade de completar este monumento porque morreu em 1926 atropelado por um elétrico. O seu corpo foi depois enterrado na Capela do Carmo, na cripta da Sagrada Família. 

Depois da morte de Gaudí, a liderança do projeto passou para Domènec Sugrañes, um colaborador chegado do arquiteto. Depois disso, o projeto tem passado de mão para mão mas sempre com o objetivo de preservar a ideia que Gaudí tinha para o monumento.

Em 1936, durante a Guerra Civil Espanhola, a igreja foi atacada e sofreu um grande incêndio que destruiu os planos e os documentos de Gaudí. O fogo danificou também o modelo do projeto que ele tinha deixado. A partir desse momento, o monumento foi construído tendo em conta outros trabalhos do arquiteto, a sua visão e os planos que resistiram.

A atualidade

Em 2005, algumas áreas da Sagrada Família (a fachada da Natividade e a cripta) foram declaradas como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO (é quase certo que quando as obras terminarem o edifício todo também seja declarado). Inicialmente, a Sagrada Família precisava de investimentos mas agora é financiada totalmente pelos bilhetes em adição a algumas doações e contribuições privadas. Está estimado que as obras da Sagrada Família terminem em 2026. Quando estiver totalmente finalizada terá uma altura de 172,50 metros, 18 torres sendo que se vai tornar a igreja mais alta do Mundo. Terá uma torre dedicada a Jesus, outra a Maria, 12 aos apóstolos e 4 aos evangelistas. A mais alta será a de Jesus.

O exterior

Os detalhes da Sagrada Família estão por todo o lado no edifício sendo que cada um desempenha um papel estrutural, ornamental e simbólico. No exterior, existem três fachadas cheias de detalhe e cada uma representa uma fase da vida de Jesus: a Natividade, a Paixão e a Glória, viradas para sul, este e oeste, respetivamente.

Fachada da Natividade: dedicada ao nascimento de Jesus. Foi a primeira fachada a estar completada e tem vários detalhes relacionados com a natureza como tartarugas marinhas, insetos nas folhas que decoram as portas e uma árvore com pombas no topo que representam a paz. Foi a única fachada a ficar finalizada antes da morte de Gaudí e é a mais decorada com símbolos e representações religiosas.

Fachada da Paixão: localizada na Carrer Sardenya, em frente à praça que não tem o lago, tem uma estrutura mais carnal pois representa a crucificação de Jesus. A fachada representa os últimos dias de vida de Jesus, com cenas de sofrimento a serem representadas nos três níveis da fachada. As seis colunas que suportam a fachada foram inspiradas nos troncos das gigantes sequóias americanas.

Fachada da Glória: não se encontra concluída ainda mas representa o Juízo Final, a morte e o inferno de Jesus. Quando as obras terminarem, esta fachada será a principal do edifício, a maior e mais monumental. As portas já estão colocadas no sítio e contêm frases do Pai Nosso em 50 línguas diferentes.

O interior

A altura das colunas que imitam árvores, as cores dos vitrais que iluminam todo o ambiente quando a luz bate, as esculturas,… tudo foi pensado ao mais ínfimo detalhe o que torna tudo ainda mais impressionante. Todo o projeto da Sagrada Família foi inspirado na Natureza: as colunas são como troncos de árvores e a luz que entra percorre o espaço como se fosse uma floresta. Uma curiosidade engraçada que poucas pessoas sabem é que o chão da Sagrada Família é coberto por cortiça portuguesa.

Museu: O museu da Sagrada Família fica localizado no piso inferior e contêm vários modelos, desenhos do projeto feitos por Gaudí, mobília, fotografias da evolução da construção, além de várias outras coisas.

A visita à Sagrada Família

Já visitei a Sagrada Família duas vezes. Recomendo que comprem os bilhetes online para visitar o interior da Sagrada Família evitando assim perder imenso tempo na fila (as filas costumam ser bem longas!). Os preços variam um pouco mas podem ser consultados aqui (é possível subir a uma das torres mas eu nunca fiz isso – dá para comprar o bilhete online também).

A entrada é feita através da fachada da Natividade sendo que é preciso mostrar o bilhete no telemóvel (ou impresso caso prefira). Os bilhetes têm sempre hora marcada mas é aconselhado estar lá 15 minutos antes para passar o controlo de segurança. Preste atenção à roupa que utiliza! (A Sagrada Família é uma igreja) A duração da visita depende de pessoa para pessoa mas dura pelo menos uma hora.

Embora Gaudí tenha tido vários projetos, a Sagrada Família é sem dúvida alguma o seu melhor. Toda a gente que visita a cidade tem que apreciar todo o significado, a energia e a beleza que este grandioso monumento transmite. A visita é mesmo essencial (pelo menos a parte exterior) e é fácil de chegar de metro com as linhas L2 e L5 e sair na estação “Sagrada Família”. A primeira vez que visitei a Sagrada Família foi em 2012 e a última em 2019. Surpreendentemente, posso dizer com certezas que notei várias diferenças na evolução das obras desde a primeira visita.

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